A nova era da inteligência artificial
Mar 1
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Luiz Vianna
A Inteligência Artificial não é um oráculo, mas uma tecnologia que envolve um "treinamento" e uma "fonte de dados", ambos conduzidos por alguém com objetivos bons ou nem tanto.
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Este é o primeiro de dois artigos que pretendo escrever sobre a nova era da inteligência artificial (IA). Neste, focarei sobre a IA conversacional, no próximo, sobre os modelos ligados à criação e criatividade.
Fico à vontade em falar sobre esse tema, intimamente ligado à minha atividade profissional. Em nossa empresa, temos produtos que utilizam recursos de IA e caso de reconhecimento internacional.
Os recursos de IA disponíveis até aqui possuíam uma característica em comum. Eram treinados para realizar tarefas muito específicas como, por exemplo, reconhecer números manuscritos.
No processo de treinamento, coletamos exemplos do algarismo “um”, escrito por milhares de pessoas, e indicamos para o modelo que se trata do numeral “1”. E fazemos assim com todos os algarismos de zero a nove.
Depois, avaliamos a capacidade da inteligência em acertar, comparando com uma base grande de casos em que sabemos a resposta certa.
Depois, avaliamos a capacidade da inteligência em acertar, comparando com uma base grande de casos em que sabemos a resposta certa.
Fazemos isso repetidas vezes até ter um índice de acerto desejado.
Com esse método, geramos modelos para reconhecimento facial, reconhecimento de objetos, intepretação de linguagem humana, e outras.
Nos últimos anos, aplicamos esses recursos aos chats conversacionais. O objetivo era de evitar aqueles “bots” que só apresentam botões e opções que nunca são o que você precisa.
Contudo, para um diálogo fluído, é necessário razoável esforço no treinamento do conhecimento específico, atendimento de uma empresa, reserva de vaga em hotel e sua posterior otimização.
Uma das novidades do momento começou a emergir para o público em 2022. São modelos de chats conversacionais com IA que já foram treinados usando uma massa de dados extraordinariamente grande.
Por isso, ela é capaz de conversar sobre qualquer assunto de conhecimento público relevante, naturalmente, que fez parte dos dados com os quais foi treinada.
Perguntei diretamente para essa IA sobre o que ela sabe e me respondeu:
“Não tenho habilidades sensoriais, emoções ou personalidade, e minha base de conhecimento é limitada ao material a que fui treinado. Tenho conhecimento de informações gerais e fatos específicos que estavam disponíveis até 2021, mas pode haver informações e contextos mais recentes que eu não esteja ciente. Além disso, ao ser treinado em milhões de textos da web, também pode haver informações incorretas ou desatualizadas em minha base de conhecimento”.
Mas, por que essa informação pode ser importante no contexto desta coluna? Como tudo na vida, e em especial nos dias de hoje, o problema não é o que se vê, mas o que não se vê.
Desde que comecei a trabalhar com isso há alguns anos, sempre me preocupei em analisar a questão do viés. Mas como isso tem relação com o uso dessas tecnologias?
Convenhamos, o nome “inteligência” é puro marketing. Como vimos na explicação, trata-se de uma “máquina de computação” que é capaz de reproduzir com precisão, usando seu modelo matemático, aquilo com que foi treinada.
Como vimos na resposta direta, ela não tem “habilidades sensoriais, emoções ou personalidade”. Mas lhe faltam outras coisas: moral e valores humanos. Ela não tem como saber o que é certo ou errado. Vai reproduzir com base naquilo com que foi treinada.
Se na base de treinamento utilizarmos apenas textos de São Tomás de Aquino, Santo Agostinho, Santa Catarina de Siena ou outros doutores da Igreja, ela irá nos responder com a grande sabedoria destes, mas não conhecerá a santidade.
Ora, se no cinema e na mídia em geral vemos tanto viés ideológico embarcado, como saber com que fonte de dados estas tecnologias estão sendo treinadas? Num mundo relativista e tão anticristão, todo cuidado é pouco!
Eu mesmo já vi uma ativista LGBT reclamando que a nova tecnologia responde com “viés de gênero”. Ela perguntou e a IA respondeu que “não tem um gênero ou identidade de gênero”. Mas a ativista não se satisfez, criticou que, apesar da resposta, a tecnologia se referiu a si mesma como “ele”.
Mas não é apenas sobre moral, é também sobre conhecimento. Sobre a história do Brasil que sabemos, por exemplo, o que é verdade?
Imaginem, num futuro próximo, crianças perguntando sobre qualquer tema para esta IA tendo sido orientadas que dali só se obtém verdades.
Conhecedores da verdade, que é o Cristo, não deixemos nos levar e obedeçamos a Jesus:
“Fiquem atentos, e rezem todo o tempo, a fim de terem força para escapar de tudo o que deve acontecer, e para ficarem de pé diante do Filho do Homem” Lucas 21,36.
Oferecemos constantemente conhecimento que permita às pessoas entenderem melhor o mundo onde vivem, e possam com isso, enfrentar com confiança as adversidades que o mundo lhes impõem.
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