O homem e a Igreja, o mundo e a França

Aug 15 / Luiz Vianna
O homem longe de Deus tende à sua própria destruição. Achamos que o mundo está ruim, que as coisas não andam bem, mas na verdade o que não anda bem é o próprio homem.

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Melhor avisar, este artigo não pretende se somar a uma dezena de outros que analisaram as festividades da Olimpíada de Paris. Contudo, me parece claro que há algo mais profundo que passou despercebido de quase todas essas análises, e há muito o que aprender a respeito do que está acontecendo. 

Muitos ficaram chocados e podem ter se surpreendido com a tal abertura, eu não. Infelizmente não há muito o que se esperar de diferente da França atualmente. E isso não é apenas triste do ponto de vista desse país, mas do mundo como um todo. 

A França, para nós católicos, não é um país comum. Ao contrário, poderia ser motivo até mesmo de uma pontinha de inveja santa. Afinal, não foi o nosso país que foi chamado pelo próprio Deus de “filha primogênita”. Não foi no Brasil que Nossa Senhora fez três das mais importantes aparições da história, a primeira na mesma Paris das Olimpíadas. 

Para a nossa plataforma de conteúdos, gravamos recentemente análises detalhadas dessas aparições e pudemos nos aprofundar nessa história. E as preocupações divinas com o futuro da França começaram há mais de 150 anos. 

Em 1689, Santa Margarida Maria Alacoque teve uma aparição privada do Sagrado Coração de Jesus. Naquela ocasião, Deus pediu que o Rei da França, Luís XIV, consagrasse seu país ao Sagrado Coração e que colocasse na bandeira da França o seu brasão. Com isso, todos os males que se abateriam sobre aquele país poderiam ser evitados. 

Pois é, fácil perceber hoje que ele não o fez. 

Em 1789, a França virou sua página católica para sempre. Com a revolução francesa, num discurso de liberdade, igualdade e fraternidade, abriu as portas para o humanismo moderno, tirando Deus do centro do mundo e colocando ali o próprio homem.  

Nas aparições de Maria do século XIX, sua mensagem está centrada nos desrespeitos que já se fazia contra Deus e sua Igreja.  Em Paris, La Salette e Lourdes avisa que se o homem não se converter, o castigo divino se abateria sobre o homem. 

Como no Genesis, o homem desejou ser como deus e como no Éden acabou apartado de Deus. 

Passados todos estes anos, só quem está muito desatento não consegue notar que o iluminismo nos entregou a modernidade que projetou, mas não foi capaz de entregar o tal mundo melhor sem Deus que prometeu. Sabemos que nem poderia. 

Como resultado vemos, em todos os campos, o homem olhando para si, tentando entender-se sem conseguir. Confusos, estamos diante da maior crise de identidade que já vimos. Sem esperança, vemos os maiores índices de suicídio da história. 

Até mesmo a nossa igreja, imersa nesse mundo perdido, sofre seus flagelos. Ela própria sofre nessa crise de identidade. Em muitos lugares, até mesmo aqui na Igreja de Cristo o homem tenta substituir a Deus. 

Se prestarmos bastante atenção verificaremos que para entender a situação do homem, basta olhar para a Igreja. Para entender o mundo, olhem para a França. 

As histórias que ouvimos de Paris nesses últimos dias foi de uma das cidades mais lindas do mundo em triste decadência, com o rio Sena repleto de sujeira e um espírito anticristão em todas as partes.  

Parece um retrato claro, mas curiosamente despercebido do nos tornamos. O mundo maravilhoso que Deus nos deu, em plena decadência pela influência do homem, as veias desse mundo repletos de sujeira e o espírito humano incapaz de ouvir a voz do seu Pastor. 

Nenhum país se voltou tanto contra Deus como a França. Recentemente celebrou com alegria humanista a aprovação do aborto como parte da constituição daquele país. Acima das leis, a constituição é como que o resumo dos valores fundamentais de um país.  

Hoje, infelizmente, parece que é o inimigo de Deus quem pode dizer “França, meu país preferido, minha filha primogênita.” Veja o que se tornou o berço de tantos Santos, de tantas graças. Pobre Paris. 

É por isso que o que vemos não causa surpresas. Não se trata de um fato, mas de uma consequência. 

Nesse ponto, o paralelo ao conto bíblico parece obrigatório. A França é como o rico filho primogênito que pede sua herança e abandona seu pai para se entregar aos prazeres do mundo. Atualmente, sem perceber ainda, o país se vê comendo com os porcos, passa fome e frio pois nada restou da herança que recebeu.  

A nós, resta rezar pelo mundo e pela França para que logo possa acordar e acometer-se de um desejo de voltar ao pai como o filho pródigo. Temos certeza de que Deus a espera de braços abertos. 
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